Plenária do PT com Markus Sokol em Parintins/AM discute eleições e o futuro

Salão cheio para debater com Markus Sokol, membro da Executiva Nacional do PT e do Diálogo e Ação Petista, sobre o resultado da eleição de 2018, no último dia 22.

Sala cheia da plenária do PT Parintins de balanço eleitoral 2018

Sokol abriu a conversa explicando a nova situação nacional. Segundo ele, a situação é de defensiva na luta dos trabalhadores, ou seja, o momento é de defender os direitos e as organizações dos trabalhadores e estudantis, como os sindicatos, entidades estudantis e o próprio Partido dos Trabalhadores. Ainda assim, apesar da derrota eleitoral, o PT sai de cabeça erguida: teve uma redução de votos, principalmente no segundo turno, mas é importante lembrar que a vitória de Bolsonaro custou caro aos partidos tradicionais da burguesia brasileira: PMDB e PSDB foram os principais derrotados e saem do processo eleitoral menores do que entraram.

Colar a bandeira do PT em todas as lutas populares da cidade

O plenário participou ativamente: o jovem Dhivam, estudante da Universidade Federal do Amazonas, foi bastante aplaudido depois de anunciar a vitória dos estudantes na ocupação da Residência Universitária: “Fazia dois anos que a reitoria nos enrolava, no terceiro dia de ocupação a direção da UFAM entregou a chave do quarto aos bolsistas selecionados”.

Jeferson Rosas e Maria Da Fé Pontes lembraram que o PT precisa voltar para suas bases.

A Professora Rosa Nunes lamentou que o povo brasileiro tenha esquecido de todas as coisas boas que os governos Lula e Dilma fizeram, mas que nós não podíamos deixar isso cair no esquecimento.

Gustavo Passaneli, ressaltou o resultado eleitoral em Parintins, fruto de um combate organizado dos militantes do Partido dos Trabalhadores que defendeu nas ruas da cidade Lula e Haddad. “Não da pra ficar esperando 2020. A tarefa da hora é a resistência! Temos que colar nossa bandeira, do PT, em todas as lutas populares da cidade”.

Já o Professor Lázaro Teixeira, ex vereador do PT, ressaltou que o candidato Bolsonaro não mentiu: “ninguém pode dizer que não sabia.”

“Já era lulista, agora estou aprendendo a ser petista”

Do plenário, o companheiro Hulck do Movimento por Moradia se manifestou: “Sempre votei no Lula, o governo dele ajudou muito a gente. Mas nunca votei no PT, não fazia idéia da importância de um partido. Agora na ocupação, os companheiros do PT de Parintins, nos ajudam na luta para permanecermos em nossas casas. No dia da reintegração eles levaram o deputado José Ricardo do Partido para nos visitar e ver nossa situação, isso foi fundamental para a suspensão da reintegração. Já era Lulista agora já me sinto um petista também. Podem me convidar para outras reuniões dessa, quero participar!”


Sempre votei no Lula, o governo dele ajudou muito a gente. Mas nunca votei no PT, não fazia idéia da importância de um partido

Ir mais fundo no balanço que começou no 6o. Congresso

Sokol, Gustavo Passaneli sentados enquanto companheira toma a palava

Sokol respondeu ao plenário. “Na campanha, Bolsonaro mostrou os dente e as garras, mas não falou para o povo o que pretende fazer com a previdência, não disse que iria aplicar aqui a formula do Chile de Pinochet para previdência . Quando o povo tomar ciência do programa Bolsonaro, muitos deles irão se juntar a nós nas ruas. Sem adjetivar as pessoas, porque precisamos construir unidade na luta contra a retirada de direitos, a começar pela contra reforma da previdência.” “a falta de combate da direção do Partido desde o Mensalão (AP 470) alimentaram a cultura antipetista.”

A falta de combate da direção do Partido desde o Mensalão (AP 470) alimentaram a cultura antipetista


Sobre o PT, Sokol concluiu: “Depois da derrota em 2016, houve a greve geral de 2017 e logo em seguida o 6o. congresso do PT realinhou o partido. Foi aprovado por unanimidade a Constituinte exclusiva e soberana para fazer as reformas essenciais que o país precisa e para não cair no balcão de negócio do congresso nacional. A constituinte também estava no programa de governo da coligação PT, PCdoB e PROS, mas no segundo turno houve um recuo, nosso candidato abandonou a constituinte e foi procurar o centro que não existia mais. Foi bolsonaro que de forma fraudulenta reivindicou para si o discurso antisistema, enquanto o PT procurava aliados. É preciso aprofundar o balanço iniciado no 6 congresso, é certo que os treze anos de governo deixaram melhorias para o povo. Mas as mentiras disseminadas pelo whatapp só funcionaram porque encontrou um terreno fértil, as reformas importantes que não foram feitas, muitas delas para satisfazer aliados, e a falta de combate da direção do Partido desde o Mensalão (AP 470) alimentaram a cultura antipetista.”

E o Lula?

Inquieto, o companheiro Rubens Leão Lula da Silva Jr. perguntou: “E o Lula, acabou a eleição. Quando vão soltar ele?” Sokol respondeu que não acredita que Lula “sairá tão fácil amanha” “Todos nos ficamos aflitos, vocês que estão tão longe ficam assim. Imaginem o que passa a família?” “A prisão de Lula é um simbolo, é todo o PT que é criminalizado. Moro ministro da justiça para nós significa que a perseguição jurídica ao PT vai continuar. Antes de tudo é preciso não ter nenhuma ilusão na justiça. Nenhum ministro ou Juiz irá soltar o ex presidente. Lula será livre quando o jogo virar, serão as ruas e o povo que o libertarão. Mas para isso ocorrer vai precisar de um trabalho de consciência, ou seja, defender Lula Livre em todos os espaços de disputa política, nas manifestações e nas assembléias de sindicato e estudantis. Defender Lula Livre é a melhor forma de combater o antipetismo”, concluiu.

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