DAP entrevista dirigente do Quilombo Socialista

No processo de preparação do PED, o DAP Associação construiu uma discussão com os companheiros e companheiras da Tendência Quilombo Socialista (QS) sobre a base dos 13 pontos “Virar à Esquerda”. Daí, resultou uma composição na Chapa Nacional, em uma Estadual e algumas Municipais, abrindo um período de colaboração militante. A QS apóia Rui Falcão para presidente do PT. Outras composições do DAP no plano Estadual apresentaremos nas próximas edições deste boletim.

Para uma apresentação da Quilombo Socialista aos companheiros do DAP, fizemos uma breve entrevista de Luís Alberto da Silva, que é dirigente nacional da QS e aceitou respondermos algumas questões. Advogado e bacharel em Ciências Sociais pela UFRGS, com uma trajetória no PT gaúcho, Luis Alberto foi Secretário Estadual de Combate ao Racismo do PT/RS e membro do Diretório Municipal do PT/Porto Alegre. Entrevista a Markus Sokol, membro da Executiva Nacional do PT

DAP – Como a Quilombo Socialista se define para os petistas?

Luis Alberto – A Quilombo Socialista se define como uma tendência de opinião socialista, anticapitalista e anti-imperialista nos termos do estatuto do partido, cujo espaço de debates serve para estabelecer relações entre militantes para defender, no interior do Partido, determinadas posições políticas, portanto não é uma fração pública ou interna. Se organiza nacionalmente e tem atuação em todas as áreas de interesse do Partido com ênfase na questão racial.

DAP – Qual a principal correção de rumo que a QS propõe à nova direção do PT?

Luis Alberto – A Quilombo Socialista propõe à nova direção e ao conjunto do PT um resgate das bandeiras históricas e uma relação mais próxima aos movimentos sociais, para juntos, respeitando a autônima organizativa de cada movimento,  criar as condições políticas de mobilização social, a formação de uma aliança ampla entre os setores da esquerda comprometidos com a transformação profunda da sociedade, e, na alteração da correlação de forças entre os interesses da classe trabalhadora frente à classe dominante, para que se tenha condições de promover a defesa intransigente dos direitos do “andar de baixo”, sem restringir  a ação política aos conchavos parlamentares,  que, em muitas ocasiões, negociam conquistas históricas em troca de uma “pseudo governabilidade” que em realidade gerencia os interesse do grande capital internacional e local e não cumpre compromissos programáticos do partido e de campanha.

DAP – Lula tem um ano e meio de mandato até as eleições. O que é mais importante que faça na visão da QS?

Luis Alberto – Inicialmente o Governo Lula deve rever sua política externa, em especial na América Latina, através de uma postura mais efetiva e menos retórica. A começar pela questão da Palestina. Não existe nenhuma razão plausível ou convincente para manter relações comerciais e diplomáticas com o Estado de Israel. Na mesma senda, foi o voto contrário do ingresso da Venezuela nos BRICS cuja justificativa não se sustenta. É importante que a diplomacia “altiva e ativa” faça jus ao nome e não se subordine aos interesses americanos.  Ainda, é fundamental que o Governo Lula, ancorado nos movimentos sociais e nos partidos de esquerda aliados, retome a agenda eleitoral de campanha e utilize todos os expedientes democráticos de consulta popular, neste e no próximo governo, para envolver a população pobre nos rumos do país, uma vez, que, se não for assim, o governo continuará refém da “Faria Lima” e a economia continuará voltada aos interesses do capital, tendo uma das maiores taxas de juros do mundo. Este novo pacto fará com que o partido e o governo Lula rumem à esquerda e ao Socialismo, garantindo a identidade necessária à vitória em 2026.

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