EUA: Apresentação da Conferência em Defesa dos Migrantes
No dia 10, último dia da Convenção do DSA, os Socialistas Democráticos da América (mais informações), reuniu-se uma mesa “Solidariedade Internacional: Nenhum petróleo para o genocídio, Nenhum voo para deportações”.
A discussão começou com o 1º Secretário da Embaixada de Cuba explicando a radicalização das sanções contra a ilha, com Trump reintegrando o país na lista de países “terroristas”, fato repudiado pelo plenário.
A partir daí, seguiram-se intervenções dos dirigentes na mesa com algumas falas do plenário.
O tema inicial foram as ações contra o genocídio na Palestina através da campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), como disse um palestrante, “é a único jeito nos EUA de combater a política de Israel”, exigindo o embargo total de armas, a proibição da compra de produtos dos territórios de ocupados e o fornecimento de petróleo a Israel. O destaque foi a campanha de constrangimento da gigante Chevron, inclusive na cidade sede da companhia, que a levou a anunciar a suspensão temporária do investimento de US$ 429 milhões em um campo de gás por “preocupações com a segurança” na região devido à escalada de violência genocida de Israel.
Também se discutiu o drama das deportações de latinos que a administração Trump acelerou, ampliando os recursos orçamentários do ICE (a brutal polícia migratória) e para a construção de centros de detenção.
Apresentou-se uma forma de luta através do boicote das empresas que trabalham para as deportações, que chegaram a dezenas de milhares este ano. Foi destacado o transporte aéreo dos expulsos na Costa Oeste pela Avelo, uma empresa “em expansão”. Com a mobilização porta-a-porta nos bairros se respalda – placas no jardim da casa, petições etc. – a ação no Conselho (Câmara) Municipal para proibir esta empresa de operar no aeroporto da cidade. Já se conseguiu reduzir em 20% a receita da Avelo, o plenário encaminhou a luta para novas cidades.
Conferência Continental no México
Chamado à tribuna, Markus Sokol, do PT, lembrou a decisão do governo Lula de proibir a venda de armas para Israel, falta interditar a compra pelo Exército e PMs. Também anunciou a decisão do Encontro Nacional do PT de pedir a Lula a suspensão das relações diplomáticas com Israel. Animado, o plenário aplaudiu as duas informações.
Em seguida, Sokol convidou o DSA para a Conferencia Continental em Defesa do Direito à Migração, na Cidade do México, em 27 de Setembro. Relatou que ela está em construção em mais de oito países, inclusive com reuniões preparatórias em vários – Brasil, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia e uma conferencia do Caribe com diferentes países, além do México de onde partiu a iniciativa.
Sokol argumentou que a migração para os EUA é uma válvula de escape para os desempregados e vulneráveis produzidos pela política do imperialismo, das sanções à Cuba e Venezuela, passando pelos Tratados de Livre Comércio que fecham empresas e reduzem o trabalho no campo, até os eternos planos de ajuste fiscal do FMI e Wall Street. Sem a “válvula” aumenta a pressão por explosões sociais, de um lado, e, de outro, as ameaças de deportação tendem a intimidar, dividir e enfraquecer os trabalhadores. Tudo incrementado pela política de taxação unilateral de Trump sobre países da região.
Por isso, essa luta pelo Direito à Migração, concluiu, é do interesse dos trabalhadores e povos do sul e do norte do continente, uma prática de solidariedade e internacionalismo.
Se via que o plenário apreciou. Os dirigentes se propuseram a encaminhar a questão na nova direção eleita na Convenção.
Correspondente