Deportações nos EUA: novos ataques e resistência

O governo Trump está agora autorizado pela Suprema Corte a prender imigrantes que falem espanhol ou inglês com sotaque. A autorização suspende a decisão temporária de uma juíza de Los Angeles, que proibia agentes de parar ou deter pessoas sem “suspeita razoável” de que sejam ilegais. Com maioria conservadora, 6 contra 3, o tribunal apoiou Trump como na maioria dos casos sobre imigração. A ação que contesta aquele tipo de detenção foi movida, de forma coletiva, por um grupo de latinos e cidadãos americanos. Um dos demandantes, Jason Gavidia, diz que os agentes do ICE (polícia da imigração) o agrediram por não acreditarem que era cidadão americano exigindo o nome do hospital onde nasceu.

Ao mesmo tempo, manifestações de rua contra essas medidas são organizadas por entidades e sindicatos, como neste ato em Boston (veja foto abaixo), pela libertação de David Huerta, conhecido presidente do SEIU-USWW (sindicato de trabalhadores em serviços), preso e libertado em junho passado. Segundo uma colaboradora do MIRA (Massachusetts Immigrant and Refugee Advocacy Coalition), além desses atos, “nos bairros as comunidades se organizam com ‘Community Rapid Response’, grupos que avisam se o Ice está em tal lugar com mensagens em várias línguas, e se estão prendendo. Daí um grupo de voluntários vai lá e tenta intervir. Depois tem o acompanhamento da família, do detido, as vaquinhas para pagar os custos processuais, então, a energia comunitária e política está sendo usada para responder à crise das pessoas diretamente afetadas pelo que está acontecendo”.

No Brasil, uma delegação de militantes e dirigentes políticos, sindicais, de defesa de migrantes e parlamentares está sendo organizada para comparecer à Conferencia do México. Neste dia 19, será realizada uma Audiência Pública preparatória, em Governador Valadares.

Vereadora do PT na cidade, Sandra Perpétuo, diz que participará da Conferencia Continental pois “Governador Valadares e região é um grande polo de migração. Frente às condutas do presidente Trump, que vem ‘marginalizando’ os imigrantes, tratando o direito de migrar como delito, como vereadora do PT e sindicalista, me somo a essa luta na Conferência que será realizada no México, em defesa da classe trabalhadora”.

João Victor Martins, pós-graduando em políticas públicas em SP, que também está na delegação, explica que “existe um cenário mundial, mas explícito na atual administração americana, que nos encaminha para violações cada vez mais severas de direitos fundamentais. O governo de Trump se sustenta na retórica e ações de ódio contra os imigrantes para tentar sustentar o imperialismo dentro e fora das fronteiras estadunidenses. A única resposta possível é uma ação conjunta dos trabalhadores e povos da América e o reforço de um compromisso coletivo pelo direito de migrar. Por isso estou participando da delegação brasileira, para reforçar o diálogo por uma frente internacional contra o imperialismo”.

Barbara Corrales, DAP Capital-SP

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