Miriam Cabreira, presidente do Sindipetro/RS, avalia Conferência Continental pelo Direito à Migração

Reunidos na Cidade do México, nos dias 27 e 28 de setembro, em Conferência Continental, 135 delegados de nove países das Américas – Estados Unidos, México, Guadalupe, Guiana, Colômbia, Brasil, Equador, Venezuela e Peru (os três últimos bloqueados politicamente) – decidiram convocar uma Jornada Continental de Ação pelo Direito à Migração, em todos os países do hemisfério, na segunda semana de março de 2026. Miriam Cabreira, presidente do Sindipetro/RS, foi uma das participantes brasileiras na Conferência. Ela avalia o evento e os próximos passos.

A Conferência foi realizada na sede do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Universidade Autônoma Metropolitana (SITUAM). Além de Miriam, a delegação brasileira foi composta por Rui Falcão (Deputado Federal PT), Luna Zarattini (Vereadora PT São Paulo) Markus Sokol (Comitê Nacional DAP), Sandra Perpetuo (Vereadora Governador Valadares PT/MG), Rene Munaro (CUT Brasil), Barbara Corrales (Diretório PT/SP), Heloisa Maria Galvão (Grupo Mulher Brasileira), Álvaro Lima (Diáspora Brasil), Sumara Ribeiro (Mandato do Deputado Estadual Betão – PT/MG), Paulo Riela (Fórum Renova Andes), Sandro Bittencourt (Sintrasem), Roque Pattussi (Centro de Apoio Pastoral do Migrante), Fabiano Soares (Sindsep/SP), Constance Malawe (Presidente Conselho Municipal do Imigrante de SP), Diego Pandullo (assessor parlamentar), Jaime Prudencio Torrez (Sindicato dos Médicos/SP), João Victor (estudante).

Delegação de 18 brasileiros(as)

A Conferência Continental pautou a luta pelo direito à migração, o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras de construir a sua vida e trabalhar onde quiserem. Ela foi um passo importante para a gente resistir aos ataques que o governo Donald Trump tem feito aos migrantes.

Os relatos que nós recebemos pelas delegações são estarrecedores. Os primeiros movimentos começaram contra imigrantes ilegais ou que respondiam por algum crime, mas agora eles estão perseguindo absolutamente todos. Perseguem mesmo aquelas pessoas que estão lá há muitos anos e estabelecidas de forma legal. As ações truculentas que têm sido feitas separando famílias, separando pessoas inclusive com algum tipo de deficiência ou que precisa tomar medicamentos. Eles impossibilitam as pessoas até de tomar os medicamentos necessários. São flagrantes violações aos direitos humanos por parte do governo Donald Trump. Até o momento, a gente não vê os países conseguindo fazer alguma ação mais direta com relação a isso porque os próprios governos locais, governo estadual, governos municipais, estão com dificuldade de enfrentar a truculência de Trump.

A Conferência é um primeiro passo para a gente organizar mobilizações, por isso a importância também da gente preparar a jornada comvocada para março de 2026 para podermos dar condições para esses migrantes, muitos deles brasileiros. Tem algumas cidades nos Estados Unidos que possuem comunidades brasileiras muito grandes. Mas isso não é um problema só dos brasileiros, é um problema generalizado, as atrocidades que tem sido cometidas é todos os imigrantes. Por isso não devemos enfrentar esse problema de forma isolada, país por país, ou Relações Exteriores por Relações Exteriores. Tem que ter uma ação coordenada e não só dos governos, mas também da sociedade civil para podermos enfrentar esse momento, essa é a importância de prepararmos a jornada de março e aumentar o engajamento nessa pauta tão importante.

Alem disso, nessa jornada estaremos contribuindo acoes em defesa da nossa soberania e autonomia. No caso brasileiro, que Trump faz taxações com motivos abertamente políticos é um dos mais graves. Mas a própria Venezuela vive um risco real de guerra. A sociedade civil, os movimentos sociais precisam estar organizados pra enfrentar, também, esses ataques.

Entrevista feita por: Marcelo CarliniDiretório Estadual PT/RS

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