O que é isso, companheiro?

A entrevista do companheiro Zé Dirceu publicada pela BBC Brasil (6/outubro), parecia um engano, onde se atribuíra a ele a frase abaixo, uma citação fora do contexto. Mas ouvindo a entrevista é incrível! Ele realmente declara, e dentro do contexto:

Acho muito improvável que se possa colocar presos vulneráveis no sistema penitenciário, que é controlado pelo crime organizado. As condições são péssimas. E como o estado de saúde dele está se agravando, eu não vejo como ele pode entrar nesse sistema”

A clemência, “dar a outra face” quando esbofeteado, são valores cristãos. A cada um, o direito em sua privacidade religiosa. Mas neste assunto trata-se de política.

Zé Dirceu acha “muito improvável que se possa colocar presos vulneráveis no sistema penitenciário, que é controlado pelo crime organizado”.  

Como? E não há presos vulneráveis, inclusive sem julgamento, neste sistema?! Que bola fora!

A “humanização” de um escroque, que na presidência zombou de mortos pela covid 19 e seus familiares; lambuzou-se com as benesses do cargo, e ainda sobrou tempo para articular um golpe, humanizar o agora velhinho (que aliás umas semanas antes da condenação participou de manifestação no DF), doentinho e coitadinho, é um desserviço à consciência e à luta do povo, que majoritariamente é pela prisão do escroque e seus comparsas.

A complacência serve a que, a equilibrar-se “entre o bem e o mal”? Conciliar, como foi a anistia de 1979 que protegeu assassinos e torturadores? Não, não há equilíbrio possível! Estivesse vivo o torturador Ustra, saudado por Bolsonaro no voto pelo impeachment de Dilma, mesmo velhinho e doentinho, mereceria ser alojado no sistema onde as condições são péssimas. A pacificação, com impunidade – ou regalias- não existe. Pegou muito mal a declaração do companheiro.

Misa Boito

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