O Povo se levanta contra Trump: Migrar é um direito; não um delito!

Trump impôs a meta de 3 mil deportações de imigrantes ao dia. Mesmo estudantes e trabalhadores com visto e documentação em dia estão a salvo. O medo impera sob a gigantesca comunidade migrante (mais de 50 milhões de pessoas). Trump articulou uma indústria da perseguição e deportação. O orçamento anual da polícia migratória (ICE) já supera o do famoso FBI. Há resistência e mobilização nas ruas, que enfrenta duríssima repressão.

Diante desse cenário, nos últimos dias 27 e 28 de setembro, integramos a delegação brasileira na Conferência Continental pelo Direito à Migração, ocorrida na Cidade do México, com a presença de dezenas de representantes de sindicatos, entidades e partidos políticos da América Latina, Caribe e dos EUA. Dentre os quais, parlamentares petistas, como o deputado federal Rui Falcão e as vereadoras Luna Zarattini, líder do PT na Câmara de São Paulo, e Sandra Perpetuo, de Governador Valadares (MG), município que se tornou grande centro migratório brasileiro para os Estados Unidos.

Debatemos com  delegações de estadunidenses, mexicanos, colombianos, guadalupenses, guianenses, além de equatorianos e peruanos (impedidos de comparecer pelos governos reacionários locais, mas enviaram suas contribuições).

Foram dois dias de duros depoimentos e denúncias a respeito da situação nos Estados Unidos e de propostas de articulação e resistência internacional.

Os relatos de representantes de organizações de apoio a migrantes nos EUA são terríveis. O clima é de pavor. Migrantes não conseguem sair de suas casas para levar os filhos às escolas. Quando capturados pelo ICE são separados de suas famílias, têm seu paradeiro desconhecido por dias e são levados a um périplo por diferentes presídios em condições de humilhação e tortura. Há mobilização de cidadãos estadunidenses para levar e buscar filhos de migrantes nas escolas para evitar o pior. Trump tem enviado tropas do ICE e do Exército a Estados governados pela oposição com vistas a intensificar a deportação e reprimir os movimentos de resistência.

As intervenções dos representantes dos Socialistas Democráticos da América (DSA) relataram a resistência dentro dos EUA, ressaltando que a derrota de Trump virá da mobilização dos trabalhadores. Há grande empolgação nas eleições para a prefeitura de Nova Iorque onde o jovem muçulmano (e migrante!) Zohran Mamdani, integrante do DSA, ganhou a prévia dos Democratas para prefeito em Nova York.

As manifestações de apoio e solidariedade ao povo palestino também marcaram o encontro, com apelos ao rompimento das relações com Israel por parte dos países participantes.

Ao final da Conferência, uma coletiva de imprensa na Câmara de Deputados do México, conduzida pela deputada Magda Rosales, do Morena, chamou a jornada continental pelo Direito à Migração, em março de 2026.  É imperioso organizarmos uma grande jornada de lutas.

Saímos fortalecidos e seguros da centralidade da temática da migração e dos direitos humanos para fortalecer a luta anti-imperialista e derrotar Trump.

Lutaremos para que os governos da região, com destaque às lideranças de Lula, Claudia Sheinbaum e Gustavo Petro, desenvolvam e aprofundem políticas contundentes de acolhimento aos migrantes.

Abaixo a política imperialista de Trump! Migrar é um direito; não um delito!

Diego Pandullo

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