Greve dos professores continua na Cisjordânia

A greve dos professores na Cisjordânia já dura mais de seis semanas, mas o movimento de protesto começou há mais de três anos contra as políticas da Autoridade Palestina (AP). A AP não conseguiu usar os professores como objeto de propaganda, o que levou a uma deterioração constante das condições de trabalho e dos salários da categoria. Essa situação, que vem sendo agravada pela ocupação militar da Cisjordânia pelo exército colonial israelense, torna a vida insuportável para professores e milhares de alunos.

De um lado, os professores, que formaram o Movimento Unido dos Professores da Cisjordânia (GUPT), legitimados por assembleias de professores para defender suas reivindicações, recusam qualquer mandato da União Geral dos Professores Palestinos (GUPT) para negociar em seu nome. Do outro lado está o sindicato oficial dos professores, ligado à Autoridade Palestina, que, em uma declaração conjunta com o Ministério da Educação, convocou o retorno ao trabalho, citando sua filiação à OLP — argumento rejeitado pelos professores, que se recusam a aceitar essa manipulação.

Os salários dos professores foram cortados pela metade e já estão com vários meses de atraso. O Ministério da Educação também quer impor um corte nos dias letivos, passando de seis para apenas três dias de aula por semana. As principais reivindicações são: o pagamento integral e regular dos salários; o respeito a acordos anteriores que não foram cumpridos e a rejeição de medidas paliativas, como um bônus de 500 shekels (moeda local), considerado por muitos professores uma manobra para apaziguar a revolta. Esse bônus, que foi aumentado para 700 shekels, será pago com recursos do “Fundo de Solidariedade” dos próprios professores. Essa medida é rejeitada pelos professores em greve, que veem dinheiro circulando livremente em certos setores da Autoridade Palestina e que exigem o pagamento de seus salários, incluindo todos os atrasados.

Pelo direito de greve

Os professores em greve vêm fazendo apelos por solidariedade internacional que têm sido amplamente ignorados devido à relação entre as principais federações sindicais e a Federação Geral Palestina de Sindicatos (PGFTU), que está ligada à Autoridade Palestina e, por sua vez, utiliza suas redes para impedir qualquer manifestação de solidariedade. A Autoridade Palestina, que já demitiu dezenas de grevistas, substituindo-os por funcionários sem formação docente, também vem denunciando os líderes da greve como membros do Hamas, abrindo assim caminho para a repressão por parte do exército de ocupação israelense!

Até o momento, o Movimento dos Professores recebeu moções de apoio da Fnec-FP-FO (Federação Nacional de Educação, Cultura e Formação Profissional) na França, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação e do Sindicato Autônomo dos Trabalhadores da Formação e Educação na Argélia e de três sindicatos de professores no Brasil: o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (SINPROJF), Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE), Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem).

<logos dos sindicatos>

Com informações de correspondentes no norte da Palestina

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