Contribuição sobre o Haiti

Contribuição ao Encontro Nacional do DAP aprovada no Encontro Estadual do DAP – Santa Catarina

Em 29 de fevereiro de 2004, um comando do Exército estadunidense organizou um golpe de Estado no Haiti, expulsou o presidente Jean-Bertrand Aristide com a cumplicidade do governo francês e de outros governos. O Haiti afundou no caos. Isso permitiu ao Conselho de Segurança da ONU, em abril do mesmo ano, organizar a Minustah, “Missão” sob a farsa de manter a paz no Haiti, mas que tomou o controle militar, político e econômico do país.

A Minustah foi composta de destacamentos de Exércitos de 40 países, notadamente do Exército brasileiro que garantiu o contingente mais importante e a direção operacional. Ficou no Haiti por 13 anos, até outubro de 2017.

General Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do Governo Bolsonaro comandou a Minustah em 2005

Desde abril de 2004, o Acordo Internacional dos Trabalhadores (AcIT) e a Associação dos Trabalhadores e Povos do Caribe (ATPC), em coordenação com uma vintena de organizações políticas e sindicais haitianas, fizeram uma campanha contínua pela retirada da Minustah e a recuperação da soberania nacional do Haiti.

Muitas conferências, delegações ao país e comissão de inquérito foram organizadas, demonstrando, baseado em provas, que a ação da Minustah foi um elemento de destruição do Haiti, dos seus serviços públicos, de ataques às liberdades democráticas, de violências e de repressão.

Os furacões do verão de 2008 e o terremoto de janeiro de 2010 com 210 mil mortos e mais de um milhão de desabrigados evidenciaram a total incapacidade da Minustah de organizar um simples salvamento das populações.

Apesar do movimento operário oficial em escala internacional ter sido complacente com a ação da Minustah, em razão do fato de que era o governo Lula que lhe dava caução. A campanha organizada pelo Acordo Internacional dos Trabalhadores contra a Minustah obteve apoio de muitos militantes e sindicalistas em escala internacional, assim como do Diálogo e Ação Petista no Brasil.

Gangues armadas e governo ilegítimo

Infelizmente, apesar de toda a luta travada, quase 19 anos depois da intervenção de 2004 a situação do Haiti é marcada pelo caos promovido por gangues armadas a serviço de grandes empresários e do imperialismo, enquanto o governo ilegal e ilegítimo de Ariel Henry, apoiado pelo EUA, segue no poder e o governo Biden discute como viabilizar mais uma intervenção externa no Haiti.

Mas as organizações de classe do povo Haitiano resistem e mais de quarenta organizações enviaram uma carta aberta ao Secretário Geral da ONU António Guterres exigindo a NÃO INTERVENÇÃO ESTRANGEIRA NO HAITI e o FIM DO GOVERNO ILEGITMO DE ARIEL HENRY.      

Entendemos que face à política de destruição organizada pelo imperialismo estadunidense em nome da sobrevivência do regime decomposto da propriedade privada dos meios de produção, a única saída para os trabalhadores e os povos do mundo inteiro, é o combate com suas organizações pela expropriação do capital, pela recuperação da soberania nacional e sua independência, pela reorganização da sociedade sobre um novo eixo, liberado da opressão e exploração.

O povo haitiano, como todos os povos do mundo, em particular do continente americano e do Caribe, tem a experiência e as tradições para prosseguir o longo combate pela soberania, para estabelecer a união das nações soberanas do Caribe no quadro de uma federação das nações livres do continente latino-americano, em estreita solidariedade com os trabalhadores e o povo norte-americano e suas organizações.

O Diálogo e Ação Petista de SC apoia incondicionalmente o povo haitiano e suas organizações para reconstruir o país e se liberar da superexploração, da submissão imposta pelas potências ocidentais.

O Diálogo e ação Petista de SC apoia incondicionalmente o povo haitiano em sua luta pela renúncia de Ariel Henry, a quem a ONU e o imperialismo apoiam.

O Diálogo e Ação Petista de SC apoia incondicionalmente o povo haitiano e suas organizações, que lutam por uma eleição livre e por um governo que vá em direção à satisfação de suas legítimas reivindicações.

RESTABELECIMENTO DA SOBERANIA NACIONAL DO HAITI!

ANULAÇÃO IMEDIATA DE TODA DÍVIDA EXTERNA!

MÉDICOS, ENFERMEIROS E ENGENHEIROS! NÃO SOLDADOS!

ABERTURA DE TODAS AS FRONTEIRAS DOS ESTADOS AOS QUAIS OS CIDADÃOS HAITIANOS DESEJEM CHEGAR!

22 de julho de 2023

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