Núcleo Palestina do PT em SP:Impedido na Câmara, lançamento foi nas ruas!
Resgatando as boas tradições do partido, foi decidida a criação de um Núcleo Palestina do PT, em São Paulo. A iniciativa busca agrupar petistas que estão na luta em defesa do povo palestino contra o genocídio. O seu lançamento foi marcado para 25 de junho em uma sala da Câmara de Vereadores, requerida e cedida à uma vereadora da casa.
No dia, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), expediu ofício impedindo a sua realização, ordenando que fossem “tomadas todas as medidas” para tanto. O ofício considera as “preocupações expressas pelo Consulado Geral de Israel em SP”! É um bloqueio explícito à liberdade de reunião, de fazer inveja à Ditadura Militar, que não se envergonha de escancarar que está à serviço de um Estado estrangeiro, contra a atividade de um partido representado na casa.
Ele faz eco à acusação fraudulenta de “antissemitismo” das participantes e a suas ações. Ora, na mesa do debate estavam previstos dois palestinos e dois judeus, no caso, antissionistas! Essa gente não suporta a quebra da narrativa sionista. E quem quiser, pode ver os milhares de judeus que se levantam mundo afora clamando “não em meu nome!”.
A resposta veio na rua
No horário previsto, dezenas de petistas e simpatizantes da causa palestina fizeram um ato de protesto em frente à Câmara com faixas, cartazes e bandeiras. Presentes, a vereadora requerente, Luna Zarattini, a deputada federal, Juliana Cardoso, o membro da Executiva Nacional do PT, Markus Sokol e o ex-presidente do partido, José Genoíno. Após o ato, eles se dirigiram ao Diretório Municipal do partido, vizinho, para discutir os próximos passos. Além de seguir denunciando Milton Leite, um grande debate deve ocorrer em julho, retomando a atividade na Câmara após o recesso.
O Núcleo nasceu da melhor forma: na rua e na luta! O “tiro” de Milton Leite e do sionismo saiu pela culatra, vista a repercussão do caso.
Dois casos em 72h
Três dias antes, o cidadão palestino Muslim Abu Umar com sua família vinda da Malásia (esposa grávida, filho e sogra), foram todos repatriados por ordem judicial. A família, retida por três dias no aeroporto, vinha aqui visitar parentes. O filho de seis anos mostrava a todos no aeroporto um brinquedo, presente para o seu primo. Ele não pode entregá-lo.
Muslim foi acusado de “terrorismo” por “ligações com Hamas”, o que, se fosse verdade não seria crime, pois o Hamas não é enquadrado como “terrorista” nem pela ONU nem muito menos no Brasil. A operação foi coordenada por EUA (e Israel): a mando do FBI, a Polícia Federal intercedeu na Justiça contra o palestino.
Nos dois casos não há precedentes, nesses termos. São ingerências sionistas-imperialistas contra a soberania nacional. Questão humanitária internacional, a ruptura de relações diplomáticas também é uma questão interna, grave e urgente.
Tiago Maciel